Estamos no último dia do mês de maio, mês em que nos dedicamos para meditar mais na Igreja sobre a pessoa de Maria, aquela que é modelo para cada um de nós para que possamos cada vez mais ser Igreja.
Hoje celebramos com toda a Igreja a festa da Visitação de Nossa Senhora. A Santíssima Virgem é esta que parte do norte de Israel, duma região chamada Galileia, cidade de Nazaré e vai, às pressas, para o sul de Israel, a uma região da Judéia, à cidade de Ein Karem, percorrendo cerca de 150 a 180 km, a maior parte, em cima de um burrinho.
Mas é preciso entendermos (e o profeta Sofonias nos lembra muito bem disso) que o centro dessa festa não é a visitação, para o Cristo Jesus que está sendo gerado no seio da Virgem Maria, aquele que é a divina misericórdia do Pai para a humanidade; por isso que o referido profeta nos dá uma sacudida: “Canta de alegria, cidade de Sião; rejubila, povo de Israel! Alegra e exulta de todo o coração, cidade de Jerusalém! O Senhor revogou a sentença contra ti, afastou teus inimigos; o rei de Israel é o Senhor, ele está no meio de ti, nunca mais temerás o mal”.
Em outras palavras, Sofonias está nos dizendo: Saiamos deste marasmo de vida que estamos levando! Levantemos e vamos ao encontro dos outros para servir! Paremos de reclamar tanto da vida, somente olhando para os problemas e para as dificuldades e vamos olhar de forma diferente, ou seja, através dos problemas e das dificuldades, nos perguntando o que podemos aprender de tudo isso… Como podemos crescer mais e nos santificar.
Isabel, esposa de Zacarias, é esta que possui uma casa no alto da cidade de Ein Karem, sobre uma montanha; é uma outra casa que o casal idoso possui; certamente nesse local é mais fresco o clima para aquela que está no sexto mês de sua gravidez, à espera do filho João Batista. A casa onde João Batista vem a nescer é outra, próxima desta casa da visitação, a casa primeira de Isabel e João Batista.
Isabel está grávida, certificada de que não é amaldiçoada por Deus – concepção que tinham as pessoas quando não podiam ter filhos; ela era estéril. Contudo, ela estava certificada disso em sua mente, mas não em seu coração. Era preciso que ela trouxesse isso para o seu coração – o fato de ser amada por Deus – para que pudesse ser curada e, consequentemente, seu filho João pudesse nascer forte para a missão: na sua dimensão física, psíquica e espiritual.
Se Maria vai para servir Isabel nas atividades domésticas, isso é o menos relevante, apesar de toda a importância que isso possui: o serviço. Porém, antes de tudo, Isabel deveria ser servida por algo muito mais importante naquele momento da sua vida: ela precisava ser visitada pelo mistério, que é o próprio Deus, que Maria estava gerando e trazia em seu seio.
Nossa Senhora vai ao encontro da prima para levar o mistério, que é o próprio Deus. Quando Isabel recebe a visita do mistério em sua casa, ela fica cheia do Espírito Santo. Por isso, precisamos nos perguntar: nós estamos levando o mistério, que é Deus, que está em nós, desde o dia do nosso batismo, para as pessoas, principalmente para aquelas que mais precisam, a exemplo de Isabel? Quem nós estamos levando: Deus ou nós mesmos, a começar pelo nosso pior, muitas e muitas vezes?
A Santíssima Virgem Maria não vai servir como empregada doméstica! Não vai para os afazeres domésticos, como prioridade de sua visita; ela vai para levar o mistério, Deus, seu amor, para o coração de Isabel.
Quantas pessoas estão como Isabel e precisam de uma visita de Jesus, hoje, através de nós, com Maria. O que podemos fazer hoje por aqueles que sofrem, aqueles que precisam de uma visita? Com certeza, estas pessoas precisam muito mais de Deus do que de remédio.
Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova
Comunidade Canção Nova
Nenhum comentário:
Postar um comentário